Alemanha tem imposto para pets: será que a medida funcionaria no Brasil?
A Alemanha, conhecida por sua organização e políticas sociais avançadas, implementou um modelo de taxação para donos de cães que vem gerando debates globais. A iniciativa busca financiar o controle de animais abandonados, promover a responsabilidade dos tutores e garantir a convivência harmoniosa entre pets e sociedade.
Em cidades como Berlim, o imposto para donos de cães é de € 120 anuais (cerca de R$ 740) por animal. O valor aumenta progressivamente para famílias com mais de um pet. Em outras regiões, como Hamburgo, a taxa pode ultrapassar € 600 (R$ 3.700) para raças consideradas perigosas, como bull terrier e mastim napolitano.
Como o imposto funciona?
O sistema é regido pela “Lei Fiscal sobre Cães”, em vigor desde 2001. Além da taxa anual, todos os cães devem ser registrados e identificados por meio de chips ou transponders. O registro inicial custa € 17,50 (cerca de R$ 108), e a ausência de cadastro pode acarretar multas pesadas, que chegam a € 10 mil (aproximadamente R$ 62 mil).
Os valores arrecadados são destinados a:
Controle de cães vadios;
Fiscalização de infrações, como abandono e falta de limpeza de dejetos;
Campanhas de conscientização e bem-estar animal.
Nas ruas de Berlim, o impacto é evidente: quase não há animais abandonados, e os tutores estão mais atentos às responsabilidades, como recolher fezes em locais públicos. A infração, nesse caso, pode custar entre € 35 e € 250 (R$ 216 a R$ 1.500).
Arrecadação e resultados
De acordo com o jornal francês Les Échos, a arrecadação com a taxação de cães subiu 40% nos últimos dez anos. Os recursos transformaram o sistema de cuidado com pets, criando um ambiente mais controlado e seguro.
O modelo também ajuda a mitigar os custos públicos com abrigos e resgates. Além disso, promove a identificação de animais, facilitando a punição de tutores negligentes.
E no Brasil, seria viável?
A realidade brasileira é marcada por desafios como o abandono massivo de animais. Segundo o Instituto Pet Brasil, cerca de 4 milhões de cães vivem em situação de vulnerabilidade no país.
Especialistas apontam que a implementação de uma medida semelhante poderia:
Financiar campanhas de castração gratuita;
Reduzir o abandono;
Incentivar a posse responsável;
Diminuir os gastos públicos com abrigos superlotados.
Entretanto, há barreiras significativas:
Cultura de informalidade: muitos animais não têm donos identificáveis, o que dificultaria a fiscalização.
Desigualdade econômica: em um país onde grande parte da população enfrenta dificuldades financeiras, um imposto anual poderia ser um peso adicional.
Infraestrutura insuficiente: seria necessário criar um sistema eficiente de registro e fiscalização, além de campanhas educativas.
Raças perigosas: um ponto de debate
Na Alemanha, raças consideradas perigosas, como fila brasileiro e rottweiler, enfrentam taxação elevada para incentivar cuidados extras. No Brasil, essa abordagem poderia esbarrar em discussões culturais e sociais, mas também poderia ajudar a prevenir acidentes e incidentes.
Conclusão
A experiência alemã mostra que a taxação para donos de cães pode beneficiar tanto os animais quanto a sociedade. Com adaptações à realidade brasileira, essa política poderia ser um passo importante para reduzir o abandono e melhorar a gestão de pets no país.
No entanto, desafios culturais e econômicos precisam ser considerados antes da implementação.
O que você acha? O Brasil deveria seguir o exemplo da Alemanha? Comente sua opinião e participe da discussão!