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Durante uma reunião do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural (Compac) realizada em 28 de março, dois pesquisadores de Suzano, Aurélio Fontes e Nádia Fontes, apresentaram novas evidências da existência da Capela Nossa Senhora da Piedade, também conhecida como Capela do Baruel, datada do século XVII. Esses registros, provenientes do Arquivo Histórico Ultramarino de Portugal, somam-se a outros materiais já conhecidos sobre a comunidade do Baruel, contribuindo para o processo de tombamento da capela.

Contrariando o senso comum, foi descoberto que a história do Baruel está mais ligada à Vila de São Paulo do que se acreditava anteriormente, sendo somente mais tarde incorporada ao bairro da Vila de Mogi das Cruzes. Uma descoberta significativa foi um documento original de 1687, encontrado no Arquivo da Curia Metropolitana do Rio de Janeiro, que prova a existência da capela naquele ano e revela que seu padroeiro era o padre Francisco Baruel.

Além disso, pesquisas indicam que, até o século XVIII, a comunidade do Baruel era uma fazenda, não um bairro, como se pensava. Um documento de 1772, obtido no arquivo de Portugal, descreve a Fazenda do Senhor Bom Jesus do Baruel, incluindo o número de casas, moradores e rendimentos, indicando a presença de exploração de ouro, indígenas e escravos.

A ligação pessoal dos pesquisadores com a comunidade do Baruel tem impulsionado o desejo de demonstrar o valor histórico desse local. Aurélio Fontes, que nasceu na região, afirma: “Sempre tive vontade de recontar as histórias que ainda precisavam ser esclarecidas em relação ao desenvolvimento da sociedade suzanense”.

Os novos documentos também confirmam uma hipótese de longa data, perseguida pela arquiteta e pesquisadora Nádia Fontes, e pelo historiador Miguel Baida, de Mogi das Cruzes. Uma aquarela datada de 1827, intitulada “Mogi das Cruzes”, do pintor Jean-Baptiste Debret, retrata a comunidade de Baruel no século XIX, antes da reforma da capela.

Rita Paiva, diretora de Patrimônio Histórico da prefeitura, destaca a importância dessas descobertas: “A comunidade do Baruel é um símbolo da identidade do município. Cada novo registro é valioso para a elucidação dos fatos que contribuíram para nossa formação”.

O secretário municipal de Cultura, José Luiz Spitti, enfatiza o valor dos novos registros históricos para Suzano, afirmando que “essas evidências demonstram a relevância de Suzano no contexto regional” e contribuem significativamente para o setor cultural da cidade.

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